Tite usa o samba para conquistar a Seleção e unir jovens com veteranos
“Você precisa ver a cara dos caras quando dá um pandeiro na mão deles”. A frase dita por Tite em conversa informal com jornalistas resume como o samba e o pagode voltaram a ser uma marca da Seleção Brasileira. No caminho desse time até a Copa do Mundo, a música ganhou cada vez mais importância a cada data Fifa até estar presente praticamente todos os dias no Catar.
Os instrumentos não servem só para um momento de descontração, mas também são usados para a união dos mais jovens com os mais experientes. Mesmo os que não sabem tocar sempre se juntam ao grupo de músicos.
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Por vezes, os hits mais famosos são até trocados por versões que a torcida brasileira entoa desde 2018, no Mundial da Rússia, especialmente as que fazem alusão a títulos antigos.
O líder da banda é Daniel Alves. Um dos mais experientes e o jogador mais vitorioso do elenco, ele normalmente começa a concentração. Assim que pega em um dos instrumentos, a roda começa a se formar. Normalmente recebe a companhia de Richarlison, Lucas Paquetá, Rodrygo, Fred, Thiago Silva e Marquinhos.
O que hoje é um hábito e que normalmente é associado como uma marca da Seleção Brasileira, como foi no caso do time do penta, em 2002, nas viagens de ônibus e avião, perdeu força nos últimos grupos e voltou a ganhar força no atual ciclo.
Nas duas vezes em que Dunga era o comandante, o samba não era tão presente. Nem mesmo no começo do trabalho de Tite a música era tão escutada como é hoje. O próprio comandante entendeu a importância e incorporou isso em seu discurso.
“Tem que encarar com naturalidade, com respeito à cultura. É o nosso jeito de ser, não é pejorativo nem para tirar o mérito de ninguém. Isso é característica nossa. Qualquer que seja o respeito à cultura. Esse é o nosso jeito de ser, é alegria… O gol é o momento de maior vibração do futebol e se traduz assim, com a dança, com respeito a nós mesmos”, afirmou o comandante.
No Catar, os jogadores se unem para tocar não só no hotel, mas também no ônibus a caminho do treino e no vestiário antes de subirem ao gramado para as atividades do dia. A união nas rodas de samba se estende até o gramado, quando eles ensaiam dancinhas para comemorar os gols que forem marcados no Mundial.
Raphinha disse em entrevista que já tem mais de dez movimentos ensaiados com seus colegas. A irreverência dos brasileiros pela Europa, aliás, virou motivo de polêmica recentemente por causa das danças deles, especialmente a de Vini Jr, que foi alvo, inclusive, de racismo durante as comemorações.
Os episódios serviram para unir ainda mais o grupo. O fato virou até música da nova torcida organizada, que diz que “Vini vai sambar e os gringos vão ficar loucos”.
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