BaianaSystem e Olodum fazem show apoteótico no Festival de Verão 2023
“Tem tudo a ver, eu e você. É loucura, é desejo, é prazer. Você me quer e eu te quero também. Quando a gente está junto, quando a gente se bate: a gente sacode a laje”. Os versos são do Parangolé, no disco A Verdade da Cidade, um dos mais fortes da história da banda. E eles refletem bem o que BaianaSystem e Olodum fizeram no palco do Festival de Verão neste domingo (29). Não é exagero e, com a licença poética do adjetivo: foi apoteótico.
As duas bandas têm tudo a ver. Por hora, também têm nada a ver. E isso tornou o encontro tão gostoso de acompanhar. Foi um show feito de gente, para um monte de gente. Com quase 30 músicos no palco, as duas bandas quebraram o protocolo e não quiseram saber de uma convidando a outra. O show foi completo em conjunto.
Foi quase uma brincadeira de pergunta e resposta: o Baiana perguntava com Lucro (Descomprimido) e o Olodum respondia com Rosa. Vinha o Olodum perguntando com Olodum pra Balançar e o Baiana devolvia com Saci Pererê.
Quem ganhou com tudo isso foi o público. O show marcou o encontro de mestres como Memeu, regente do Olodum, e Bira, que dirige a arte do BaianaSystem e também rege a Orquestra Afrosinfônica.
Nesse swingue, todo o mundo se jogou. O Saci Pererê jogava de uma perna e lá no chão quem estava só ficava junto e quem estava junto ficava só. Naquela agonia gostosa que Olodum e Baiana sabem fazer tão bem.
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