Ciclofaixa na zona sul de São Paulo espanta clientes de comércio local
Um problema que tem dado dor de cabeça para os comerciantes da Vila Mariana, bairro da Zona Sul de São Paulo, é uma ciclofaixa que roubou muitas faixas e muitos clientes. Quem tem loja na rua Luis Gois está passando por problemas, uma vez que a ciclofaixa instalada fez com que os clientes fugissem da área. As vagas de zona azul são pouquíssimas e quase nunca estão disponíveis. A analista de marketing Isabela Veríssimo diz que “s clientes não conseguem estacionar na região porque tem menos vagas e os clientes às vezes nem percebem que elas existem porque ficam depois da ciclofaixa”. “Prejudica muito a gente. Os clientes ficam bravos com os negócios, e nem é nossa culpa de não poder estacionar para poder fazer a compra com calma”, disse a analista, que também afirmou que os estacionamentos pagos da região não são baratos.
Quem passa por lá de carro enfrenta o mesmo problema e até desiste de tentar parar para ver alguma coisa no supermercado. A alternativa é sempre pagar para poder estacionar na rua, o que tem tirado os motoristas do sério. “Antes não tinha confusão. Depois que fizeram essa ciclofaixa e essas faixas para parar aqui, olha o tamanho que ficou a rua. Ela não é contínua. […] Ou deixa a ciclofaixa ou tira esses estacionamentos daqui. É absurdo”, disse um motorista. “Isso aqui é uma vergonha. É feito por um gênio do DSV. Tem que ser retirado. Criou uma confusão muito grande. Aqui já teve discussão, vai ter briga, vai ter crime”, disse outro.
A cidade de São Paulo é cercada de 667 km de ciclovias e ciclofaixas que cruzam as avenidas, ruas e bairros da cidade. O mestre de engenharia de tráfego Sérgio Eijznberg acredita em pontos positivos para a mobilidade urbana, mas pontua também o desordenamento das implantações. “A gente tem que pensar uma bicicleta como um modo de transporte que atende uma parte da demanda, que não vai resolver o problema e é parte da mobilidade humana. A mobilidade da bicicleta se faz um pouco em ciclovias, um pouco em ciclofaixas e um pouco em ciclo rotas. O certo é tratar as avenidas com um conceito bom, porque junta a bicicleta, com os ônibus e os pedestres”, diz Sérgio. Outros bairros estão tendo que lidar com o mesmo problema da falta ordenação de faixas.Uma das saídas sugeridas pelo especialista é de alinhar ciclo rotas. “É preciso fazer um modelo de casamento do corredor de ônibus, com a ciclovia, com o tratamento e pedestre, o que libera a avenida para os demais usos. E fora da avenida, onde não há o canteiro central, onde não é o caso de uma ciclofaixa, pensar com carinho na ciclo rota, que pode ser muito melhor”, conclui o especialista.
Confira a matéria na íntegra:
*Com informações do repórter Vinícius Rangel
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