PSOL lança Setorial “Inter-Religioso e de Combate à Intolerância Religiosa”
No ritmo da lavagem do Bonfim, festa tradicional da Bahia e reconhecida nacionalmente pela presença forte do sincretismo religioso, o Partido Socialismo e Liberdade lançou na tarde desta segunda-feira(12), o Setorial “Inter-Religioso e de Combate à Intolerância Religiosa”, com presença de militantes espíritas, candomblecistas, umbandistas, católicos, espiritualistas, batistas, ortodoxos e ateus. Inédito na história do PSOL em todo Brasil, esse é o primeira setorial destinado a promover ações e eventos com recorte religioso.
Para o pastor evangélico Joel zeferino, da Igreja Batista de Nazarhet, a religião deve ser compreendida à luz dos aspectos culturais e da historicidade. Para ele, as religiões refletem muitos aspectos da sociedade na qual estão inseridas. O Pastor destacou a violência sofrida pelas mulheres em diversas religiões no Brasil e pontuou que o fenômeno religioso apresenta alta complexidade . “A igreja é um espaço de produção de poder! Temos templos religiosos que constatamos elevados índices de violência contra as mulheres!,”, afirmou.
De acordo com o pastor Joel, nunca foi tão necessário a discussão sobre a laicidade do Estado brasileiro. Para ele, um partido que luta pela conquista dos direitos sociais deve colocar na pauta partidária o combate à intolerância religiosa que atinge, principalmente, as comunidades de matrizes africanas. “São religiões que passam por perseguições simbólicas e materiais”,
Tiago Santos, membro da Igreja Ortodoxa, localizada no bairro de mussurunga, lembrou da trajetória de Marthin Luther king, considerado como uma das principais lideranças do movimento negro mundial, que lutou contra o preconceito étnico-racial. Santos explicou que Luther King era pastor de uma igreja evangélica nos EUA e dedicou a sua vida em prol da comunidade negra e de repudio às ações racistas. “ As religiões não podem inviabilizar a vida das pessoas do ponto de vista social e político. Não podem ressaltar “diferenças” , muito pelo contrário, devemos buscar os elementos comuns que unem as diversas tendências religiosas”, frisou o diácono Tiago.
Segundo o Presidente do Diretório Municipal de Salvador do PSOL, Fábio Nogueira, o setorial não foi criado para discutir religião, o objetivo é realizar um debate inter-religioso e levantar a bandeira do Estado laico. Outro elemento que Nogueira classifica como interessante para análise e pesquisa acadêmica diz respeito à predominância das igrejas evangélicas nos bairros periféricos da capital baiana. “ Promover reflexões sobre o fenômeno religioso entre a população mais carente de Salvador”, destacou.
Por | Ascom PSOL BA Jaqueline Barreto
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